Antes de conhecermos a Escola Americana, precisamos explicar um contexto A cerveja como a conhecemos chegou aos Estados Unidos devido à colonização inglesa e outros grupos de imigrantes, sobretudo os alemães e holandeses, e no início do século XX o país já apresentava uma imensa riqueza de estilos e fábricas de cerveja.
Eis que veio a Lei Seca, que proibia a produção, o transporte e a venda de bebidas alcoólicas e que praticamente extinguiu as pequenas fabricas existentes na época. O fim da Lei Seca se deu em duas etapas: primeiro a liberação da produção pelas grandes companhias e, somente várias décadas mais tarde, a liberação do fabrico caseiro. Essa defasagem ajudou a dominação do mercado pelas grandes marcas e popularizou as cervejas produzidas por estas: em geral, cervejas leves a utilizar uma grande quantidade de adjuntos, como milho e arroz.
O renascimento da cerveja artesanal nos Estados Unidos, como ficou conhecido o fenomenal desenvolvimento de microfabricas nas últimas décadas, parece quase um grito de liberdade que estava entalado na garganta há muitos anos. Afinal, se o mercado está a transbordar de Light Beers, uma resposta razoável seria a produção de cervejas extremas que transbordam lúpulo.
Diferentemente de outras escolas cervejeiras, como a Alemã e a Britânica, que em geral apresentam uma maior regularidade de estilos típicos, a Escola Americana apresenta como principal característica a liberdade criativa, a reinventar estilos já consagrados de outras escolas e a criar outros jamais imaginados, inclusive trazendo à tona cervejas da antiguidade.
As Stouts da Escola Americana são mais tostadas do que os exemplares irlandeses. As Pale Ales e as India Pale Ales americanas são mais encorpadas e amargas que as variedades britânicas. Dessa forma, os EUA se destacam como a nação que tem uma ampla variedade de cervejas e fabricas e, misturando elementos de diferentes estilos, consegue criar cervejas únicas e extremas em vários aspectos.