Quando Benjamin Franklin disse que “cerveja é a prova de que Deus nos ama”, ele muito provavelmente não estava a se referir especificamente às cervejas trapistas, mas bem que poderia. Estas cervejas feitas por monges que dedicam suas vidas ao lema “ora et labora”, ou seja, às orações e ao trabalho (que inclui fazer cerveja!), estão frequentemente relacionadas entre as melhores do mundo.
Esta ligação íntima entre a cerveja e a religião teve início na Idade Média, quando a água disponível para consumo era tão contaminada que até mesmo as crianças bebiam cerveja porque era mais seguro (pois a água era fervida para produzir a cerveja, e a presença do álcool e CO2 ajudava a proteger contra a proliferação de microorganismos patogênicos)!
Por ser considerada uma bebida muito nutritiva, a cerveja fazia parte da alimentação dos monges, especialmente nos períodos de jejum. E foram justamente estes monges que, pela sua dedicação ao trabalho e por serem alfabetizados, se tornaram provavelmente os primeiros pesquisadores cervejeiros.
Actualmente, existem muito mosteiros que não são da Ordem Trapista e produzem cerveja (essas são chamadas “cervejas de abadia”), assim como existem muitos mosteiros Trapistas que não produzem cerveja (mas produzem outros produtos, como pães, queijos e licores, por exemplo). Na verdade, até bem pouco tempo atrás, eram apenas sete os mosteiros no mundo que produziam cervejas: Um – La Trappe – na Holanda e outros seis – La Trappe – Na Bélgica).

Recentemente um mosteiro na Áustria – Engelszell – entrou para essa lista, e há mais um na França, o Mont des Cats, que já está tentando há algum tempo e talvez se junte a eles em breve. Isso porque, para receber o selo da Associação Trapista Internacional (que garante a origem e a qualidade do produto – funciona mais ou menos como a denominação “Champagne”, exclusiva para os espumantes que são provenientes da região de Champagne na França e produzidos segundo o método tradicional).
Existem alguns requisitos que a cerveja deve atender: ser produzida dentro dos mosteiros pelos próprios monges ou sob supervisão deles, e o lucro proveniente da sua venda deve ser aplicado majoritariamente com fins sociais.
Enfim, vamos ao que interessa: as cervejas trapistas! Várias dessas cervejas são facilmente encontradas, mas algumas requerem uma cerveja peregrinação: só estão disponíveis nos próprios mosteiros ou arredores.
Os mosteiros Trappistas
Achel

Abadia de Notre Dame de Saint-Benôit Achelse Kluis
Cervejas em garrafa (outras são servidas apenas no mosteiro):
- 8 Blond (Tripel bastante suave)
- 8 Bruin (Dubbel)
Chimay

Abadia de Notre Dame de Scourmont
Cervejas:
- Rouge (Dubbel)
- Blanche (Tripel)
- Blue (Quadrupel)
Engelszell

Abadia de Notre Dame de la Cella Angelorum
Cervejas (as mais novas cervejas trapistas):
- Benno (Saison)
- Gregorius (Belgian Strong Dark Ale)
La Trappe

Abadia de Onze Lieve Vrow van Koningshoeven
Cervejas: Dubbel, Tripel, Quadrupel, Blond, Witte, Bockbie e Isid’or, uma Strong Golden Ale lançada em 2009 em comemoração ao 125º aniversário da cervejaria.
Orval

Abadia de Notre-Dame d’Orval
Cerveja:
- Orval
Rochefort

Abadia de Notre Dame de Saint-Remy
Cervejas:
- Rochefort 6 (Dubbel)
- Rochefort 8 (Belgian Strong Dark Ale)
- Rochefort 10 (Quadrupel)
Westmalle

Abadia Trapista de Westmalle
Cervejas:
- Dubbel
- Tripel
Westvleteren

Abadia de Saint-Sixtus
Cervejas (precisam ser reservadas com antecedência e em quantidades limitadas, e não podem ser revendidas:
- Tampa Verde Blond (Blond)
- Tampa Azul 8 (Dubbel)
- Tampa Dourada 12 (Quadrupel)
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